O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) iniciou, nesta sexta-feira (7), o bloqueio da faixa de areia conhecida como “Ponta da Sofia”, na Praia do Atalaia, em Salinópolis. A medida restringe o acesso de veículos motorizados na área com o intuito de proteger a desova e eclosão de tartarugas marinhas. A operação conta com o apoio dos órgãos de justiça, segurança pública e da prefeitura municipal.
O local é um dos pontos escolhidos pelos quelônios para o fenômeno natural no litoral paraense. Toda ação vai ao encontro à Nota Técnica emitida pelo Instituto, que sugere a proibição do acesso de veículos a partir do 3º atalho da Praia do Atalaia. O documento considera, ainda, que é durante à noite e ao amanhecer que os filhotes saem dos ninhos em direção ao mar.
Há seis meses morando no Pará, a servidora pública Ladjane Bandeira aproveitou o feriado para conhecer a Praia do Atalaia. A visitante aprovou a operação e acha importante preservar a vida dos animais. “Se a tartaruga desova aqui, ela não muda de lugar. Se houver trânsito de veículos, isso vai destruir os ninhos, diminuindo a população de tartarugas e quem perde somos nós”.
O empresário do município de Marabá, Evandro Braga, trouxe a família para aproveitar o feriado de Semana Santa na Praia do Atalaia. Ele aprovou a iniciativa do Governo do Estado, por meio do Ideflor-Bio, para proteger os filhotes de tartarugas. “É uma ótima ação e espero ver uma delas passando por aí. Já estive aqui outras vezes e acho muito importante preservar a natureza”.
Durante o dia, os ovos ficam acondicionados nos ninhos e são monitorados pela equipe de biólogos do Projeto Suruanã, desenvolvido pela Universidade Federal do Pará (UFPA) há mais de dez anos, que é o parceiro do Ideflor-Bio. A coordenadora da atividade, Josie Barbosa, conta que a Ponta da Sofia é uma área esporádica de desova de tartarugas marinhas do litoral paraense.
A técnica em gestão ambiental do Ideflor-Bio, Adriana Maués, enfatiza que é necessário interromper o trânsito de veículos em direção ao Monumento Natural do Atalaia, porque as tartarugas marinhas estão subindo para depositar os seus ovos e os ninhos são depositados na areia da praia. “Nós precisamos proteger esses ninhos do pisoteio e do esmagamento dos carros, bem como dos barulhos das carretinhas de som. Portanto, todo esse trabalho que estamos realizando é para proteger a vida silvestre, resguardar a natureza e o patrimônio biológico”.
O coordenador da Consultoria Jurídica da Segup, Márcio Emídio, ressalta que essa impossibilidade da zona de exclusão, não é para quem vai transitar andando. “Não quer dizer que a praia está fechada, ela continua aberta, só que nesse perímetro demarcado não há mais a possibilidade de acessar veículos motorizados, com exceção de ambulâncias, viaturas dos agentes de segurança pública e com as devidas restrições”.
Cooperação - Ele destacou, ainda, que está sendo dado todo o apoio para que a operação seja cumprida de forma correta. “Todos os órgãos da segurança pública estão aqui e vão ficar aqui diuturnamente trabalhando nesse fechamento da praia. É importante dizer que o banhista pode vir para cá com sua família, quem tem criança não vai ter mais a preocupação do veículo estar passando e as barracas não precisam mudar a rotina de trabalho porque vão continuar vendendo da mesma forma”, concluiu Márcio Emídio.
A operação conjunta do Ideflor-Bio segue no 3º atalho da Praia do Atalaia até o domingo (9), com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Polícia Militar do Pará (PMPA), Prefeitura de Salinópolis, por meio das secretarias municipais de Meio Ambiente e Turismo. Também seguirá com o suporte de voluntários do Conselho Gestor do MoNa e do Projeto Suruanã.
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