Um crime marcado pela brutalidade chocou moradores do bairro Cidade Jardim, em Marabá, no sudeste paraense, nesta segunda-feira (31). Ronaldo da Silva Assunção, de 39 anos, matou a golpes de faca e marteladas a dona do kitnet onde ele morava, Maria José Duarte Teixeira, de 39 anos, conhecida como “Baiana”. A filha dela, uma adolescente de 13 anos, também foi ferida durante o ataque e morreu horas depois no hospital. O agressor foi morto durante uma intervenção policial.
De acordo com informações iniciais da polícia, Ronaldo estava supostamente sob efeito de álcool no momento do crime. Ele invadiu a residência de Maria José, localizada na parte superior de um sobrado com escadaria externa, onde a mulher morava com a filha. Armado com uma faca e um martelo, o homem teria subido até o imóvel e surpreendido Maria, que, segundo apurações policiais, tentou se esconder no quarto. No local, ela foi atacada com marteladas na cabeça e golpes de faca pelo corpo. “Baiana” morreu na hora.
A filha da vítima, que presenciou o ataque, também foi atingida — possivelmente ao tentar defender a mãe. Ferida gravemente, ela foi socorrida por vizinhos que acionaram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A adolescente foi levada ao Hospital Municipal de Marabá (HMM) e, depois, transferida ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos.
Homens da Polícia Militar foram acionados, após moradores ouvirem os gritos vindos da casa onde tudo aconteceu. Vizinhos indicaram aos policiais quem poderia ser o autor do crime. Ronaldo foi localizado momentos depois, circulando de bicicleta pelo bairro, com a bermuda suja de sangue. Segundo relatos dos policiais, ele procurava um bar para continuar bebendo.
No momento da abordagem, ele ainda estava de posse do martelo e da faca utilizados no ataque. Os policiais tentaram negociar para que largasse as armas, mas ele se manteve alterado e, em determinado momento, partiu para cima da guarnição, segundo os agentes. Em reação, os policiais atiraram. Ronaldo foi socorrido na própria viatura da PM e levado ao Hospital Municipal de Marabá, onde acabou morrendo. As armas do crime foram apreendidas e entregues à Polícia Científica para perícia.
Ronaldo da Silva Assunção era inquilino de Maria José há cerca de um ano e, segundo relatos, era o único locatário no momento do crime. A vítima era casada com um caminhoneiro que estaria em viagem para Castanhal, no nordeste paraense. Ela morava com a filha adolescente no imóvel. Informações obtidas pela reportagem do Correio de Carajás, que acompanhou o caso, apontam que Ronaldo já havia sido alertado a desocupar o imóvel por conta de seu comportamento agressivo e abuso de álcool.
Antônio Rodrigues da Rocha Filho, que se identificou à reportagem do Correio como patrão de Ronaldo, relatou que o homem era ajudante de pedreiro, mas que não aparecia para trabalhar há cerca de 10 dias. Segundo o patrão, Ronaldo sempre que surgia, era “bêbado”.
A ficha criminal de Ronaldo revela um passado violento. Ele já havia sido preso provisoriamente e respondia por crimes como agressão (art. 129), injúria (art. 140), ameaça (art. 147) e violação à Lei Maria da Penha (art. 7º, incisos I e II), envolvendo duas ex-companheiras diferentes. Em 2018, ele tentou cometer feminicídio em Tucuruí, no sudeste paraense. A última companheira de Ronaldo, com quem ele morava quando se tornou inquilino de Maria José, o deixou após episódios de agressão.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar todos os detalhes e motivação do crime. As perícias realizadas pela Polícia Científica vão ajudar na elucidação do caso, que não há testemunhas diretas, segundo a polícia. Isso por conta da morte da adolescente, que era a única pessoa que havia presenciado o ocorrido.
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